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Matinhas

Paraíba

Geografia e Demografia

Localização: Integra a Região Metropolitana de Campina Grande, com coordenadas 7° 07′ 30″ S, 35° 46′ 01″ O.

Limita-se com Alagoa Nova, Massaranduba, São Sebastião de Lagoa de Roça, Alagoa Grande e Lagoa Seca. Ela encontra-se distante 143 km da capital João Pessoa e 24 km de Campina Grande.

População: 4.735 habitantes (estimativa 2024), com densidade de 125,16 hab/km² 1.

Área Territorial: 36,522 km² (IBGE 2024), embora outras fontes citem 38,123 km².

Clima e Relevo: Tropical chuvoso com verão seco, característico do Brejo Paraibano. Está a uma altitude média de 300 m, com relação ao nível do mar.

História e Emancipação

Praça-central-municipio-Matinhas-Paraíba

Praça Central do Município de Matinhas

Paraíba

A história da cidade de Matinhas, na Paraíba, é intimamente ligada ao sistema de sesmarias do período colonial brasileiro. Segundo dados da página da prefeitura de Matinhas, sua história começou na primeira metade do século XIX.

A origem do nome da cidade é atribuída a uma sesmaria que Francisco Falcão, Marçal de Miranda e Simão Ferreira da Silva requereram em 1718, segundo nota de historiadores. Desta sesmaria, que limitava com a serra “Matinhas”, parece ter sido derivado o nome da cidade.

Matinhas foi emancipada em 29 de abril de 1994, pela Lei Estadual N° 5893, desmembrando-se de Alagoa Nova. A instalação do município ocorreu em 1° de janeiro de 1997.

Desde sua emancipação, o município tem se desenvolvido, com o turismo crescendo ano após ano e os eventos culturais ganhando destaque. Na bandeira do município existe a frase “Libertae Aedificat” (“Constrói liberdade”) que também é o lema da cidade.

O QUE É SESMARIA?

Sesmaria é um sistema português, adaptado no Brasil, que normatizava a distribuição de terras destinadas à produção agrícola. A origem do termo “sesmaria” provém de “sesma”, do latim “sexĭma”, que significa “sexta parte”. Esse sistema foi criado em Portugal com a Lei das Sesmarias de 1375, no reinado de Fernando I, com o objetivo de combater a crise agrícola e econômica que atingia o país e a Europa, e que foi agravada pela Peste Negra.

Com a expansão marítima portuguesa, o instituto da sesmaria foi transposto para as conquistas, sendo instrumentalizado para a incorporação de terras nos “sertões” americanos, que se encontravam além dos limites estabelecidos pelo Tratado de Tordesilhas. A coroa portuguesa tomou posse do território brasileiro por aquisição originária, isto é, por direito de conquista. Por essa razão, todas as terras “descobertas” passaram a ser consideradas como terra virgem sem qualquer senhorio.

A partir do momento em que chegam ao Brasil os titulares das capitanias hereditárias, a distribuição de terras passa a ser uma prioridade, pois garantiria o desenvolvimento e manutenção da colônia. Em 10 de outubro de 1532, Martim Afonso de Sousa, capitão da capitania hereditária de São Vicente, concedeu a primeira sesmaria do Brasil a Pedro de Góes. Em 10 de fevereiro e 4 de março de 1533, concedeu sesmarias a Ruy Pinto e Francisco Pinto, respectivamente.

Elas foram feitas em caráter perpétuo, contrariando o texto régio que estabelecia que a doação seria apenas vitalícia. No Brasil, o sistema de sesmarias funcionava da seguinte maneira: o rei português concedia uma sesmaria a um indivíduo (sesmeiro) em reconhecimento a serviços prestados à coroa. O sesmeiro deveria ocupar e explorar a terra, estabelecendo-se nele, construir moradias, criar gado e cultivar a terra. Em troca, o rei recebia uma parte da produção (o dízimo) e exercia o controle sobre a posse da terra.

As sesmarias brasileiras incorporaram uma exigência adicional: o pagamento do dízimo à Ordem de Cristo, que na realidade significava pagamento à própria Coroa. A arrecadação do dízimo criou no Brasil um eficiente esquema de delegação de poderes que deu origem a um engenhoso sistema de regionalização da cobrança.

A coroa portuguesa tomou posse do território brasileiro por aquisição originária, isto é, por direito de conquista. Por essa razão, todas as terras “descobertas” passaram a ser consideradas como terra virgem sem qualquer senhorio. A partir do momento em que chegam ao Brasil os titulares das capitanias hereditárias, a distribuição de terras passa a ser uma prioridade, pois garantiria o desenvolvimento e manutenção da colônia.

Em 10 de outubro de 1532, Martim Afonso de Sousa, capitão da capitania hereditária de São Vicente, concedeu a primeira sesmaria do Brasil a Pedro de Góes. Em 10 de fevereiro e 4 de março de 1533, concedeu sesmarias a Ruy Pinto e Francisco Pinto, respectivamente. Elas foram feitas em caráter perpétuo, contrariando o texto régio que estabelecia que a doação seria apenas vitalícia.

No Brasil, o sistema de sesmarias funcionava da seguinte maneira: o rei português concedia uma sesmaria a um indivíduo (sesmeiro) em reconhecimento a serviços prestados à coroa. O sesmeiro deveria ocupar e explorar a terra, estabelecendo-se nele, construir moradias, criar gado e cultivar a terra. Em troca, o rei recebia uma parte da produção (o dízimo) e exercia o controle sobre a posse da terra.

As sesmarias brasileiras incorporaram uma exigência adicional: o pagamento do dízimo à Ordem de Cristo, que na realidade significava pagamento à própria Coroa. A arrecadação do dízimo criou no Brasil um eficiente esquema de delegação de poderes que deu origem a um engenhoso sistema de regionalização da cobrança.

O sistema de sesmarias perdurou no Brasil até 17 de julho de 1822, quando a Resolução 76, atribuída a José Bonifácio de Andrade e Silva, pôs termo a este regime de apropriação de terras. A partir de então, a posse passou a campear livremente no país, estendendo-se esta situação até a promulgação da Lei de Terras de 1850, que reconheceu as sesmarias antigas, ratificou formalmente o regime das posses e instituiu a compra como a única forma de obtenção de terras.

Símbolos Cívicos

Hino do Município

Matinhas hoje é feliz
Antes era diferente
Com a peste da bexiga
Que matava muita gente
Criança, jovem e adulto
Morriam assim de repente.

Onde hoje é a cidade
Era uma mata fechada
Onde existiam veredas
Hoje temos as estradas
Onde se plantava milho
Laranjeiras são plantadas.

Matinhas terra abençoada
Pelo Mártir São Sebastião
Que da peste da bexiga
Salvou a população

(BIS)

Coronéis que aqui chegaram
Os nativos expulsaram
Eram os Caamirins
No Mamanguape eles nadavam
Pra cá trouxeram os escravos
Nas lavouras trabalhavam.

Terra fértil e produtiva
Grandiosa e hospitaleira
Tenho orgulho deste chão
Aqui na zona brejeira
Tudo que se planta colhe
Da semente a laranjeira.

Matinhas terra abençoada
Pelo Mártir São Sebastião
Que da peste da bexiga
Salvou a população

(BIS)

O turista que aqui chega
Por todos é acolhido
Como a terra da laranja
O município é conhecido
Sabemos que o seu povo
Por seu Mártir é protegido…

Matinhas terra abençoada
Pelo Mártir São Sebastião
Que da peste da bexiga
Salvou a população

(BIS)

Letra de Ana Maria Vieira Pereira.

Política e Administração

Prefeito: Benedito Braz da Silva, Casado, Agricultor, 60 anos, natural de Alagoa Nova – PB, foi candidato a Prefeito em Matinhas – PB nas Eleições 2020 pelo CIDADANIA, obteve 1975 votos e foi eleito Prefeito em Matinhas nas Eleições 2020. Em 2024, foi candidato a reeleição à Prefeito em Matinhas , pelo PSB, obteve 2.996 votos e foi reeleito Prefeito de Matinhas de 2025 a 2028.

Administração: Sede na Rua Governador Antônio Mariz, 89, Centro, Matinhas / PB – CEP: 58128-000.

Contato: (83) 9997-14621 / (83) 9997-14621. E-mail: gabinete@matinhas.pb.gov.br Horário de Funcionamento: Segunda a Sexta: De 8:00hs às 13:00hs.

Gestão Fiscal: Pagamento de servidores em dia, conforme registrado em agosto de 2024.

Serviços: Cartório único (Rua Antônio Mariz, 102) para registros civis.

Economia e Indicadores Sociais

Agricultura: Matinhas é conhecida como a maior produtora de Tangerina do Nordeste. Além disso, cultiva outras variedades de laranja, como Ponkan, Mexerica, Cravo e Dancy. A agricultura é a principal atividade econômica do município, com destacada participação na economia local e regional.

Turismo: Possui recursos naturais como belas cachoeiras e trilhas naturais, além de um clima ameno que atrai turistas. Eventos como a Festa da Laranja e o Festival Nacional da Tangerina, que ocorrem desde 2004, também impulsionam o turismo local. A Festa da Laranja é um evento de relevância nacional que aquece a economia local e regional, sendo o segundo maior parque de eventos da Paraíba, atrás apenas do Parque do Povo em Campina Grande.

O restaurante Beto do Peixe, localizado no Sítio Juá, fica há 1 km da cidade e é o estabelecimento que mais atrai turistas o ano todo à cidade. Já no restaurante Rural do Inácio Camilo, localizado do Sítio Juá de Baixo, oferece comida regional.

PIB per capita: R$ 11.933,63 (2021).
Finanças Públicas (2023):
Receitas brutas: R$ 33.505.829,39.
Despesas empenhadas: R$ 29.245.546,65.
IDH: 0,541 (2010), classificado como baixo.
Escolarização (6-14 anos): 96,9% (2010).

Educação

Taxa de alfabetização: A taxa de alfabetização em 2010 era de 87,4%.
Números de escolas: Em 2020, havia 1 escola de ensino fundamental e médio e 1 creche no município.

Patrimônio Cultural e Arquitetônico

Em relação aos patrimônios histórico-culturais, a cidade possui a Capela Centenária, construída no século XIX, e a Pedra de Santo Antônio, localizada em um ponto elevado. Além disso, possui a Igreja Matriz de São Sebastião, dedicada ao padroeiro da cidade. A cidade também tem eventos culturais como a Festa do Padroeiro São Sebastião em janeiro, o Caminhos do Frio em julho, a Festa da Colheita em setembro, a Festa da Laranja em outubro e o Natal de um Novo Tempo em dezembro.

Capela Centenária

A Capela Centenária é um dos principais patrimônios arquitetônicos e culturais materiais de Matinhas. Construída no século XIX, é um dos marcos históricos mais antigos da cidade e testemunha da história local. A capela é um exemplo de arquitetura religiosa colonial, com estilo simples e funcional, e é um importante local de culto e celebração para a comunidade local. Além disso, a capela é um dos principais pontos turísticos da cidade, atraindo muitos visitantes que desejam conhecer a história e a arquitetura local.

Pedra de Santo Antônio

A Pedra de Santo Antônio é outro patrimônio cultural material importante de Matinhas. É uma pedra que, segundo a tradição oral, teria sido usada como local de culto e oração por Santo Antônio, um santo católico muito popular na região. A pedra está localizada em um ponto elevado, oferecendo uma bela vista da região circundante. É um local sagrado para muitos moradores locais e é frequentemente visitado para celebrações religiosas e atividades de lazer.

Igreja Matriz de São Sebastião

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Igreja Matriz de São Sebastião

Município de Matinhas - Paraíba

A Igreja Matriz de São Sebastião é a principal igreja da cidade e é dedicada ao padroeiro de Matinhas, São Sebastião. A igreja foi construída no início do século XX e é um exemplo de arquitetura religiosa colonial, com estilo simples e funcional. A igreja é um importante local de culto e celebração para a comunidade local e é frequentemente visitada por turistas que desejam conhecer a história e a arquitetura local.

O Monumento do Sino

Embora não esteja claro se o Monumento do Sino está diretamente relacionado a Matinhas, ele é mencionado em alguns documentos como um patrimônio cultural da cidade. O monumento é um sino que foi instalado em 1968 e simboliza a memória oficial da cidade. No entanto, não há informações detalhadas sobre a importância histórica ou cultural do monumento.

Casa Engenho – Eufrásio de Arruda Câmara

Situada no Sítio Sapé, município de Matinhas/PB, as ruínas do Engenho de Cana de Açúcar do Coronel Eufrásio de Arruda Câmara, foi uma fazenda escravocrata erguida no século XIX. Na época, o engenho era conhecido como um dos maiores da região brejeira. Coronel Eufrásio Arruda Câmara foi um político de grande influência no Estado da Paraíba.

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Casa Engenho Eufrásio de Arruda Câmara

Município de Matinhas - Paraíba

Cultura, Turismo e Eventos

Matinhas é conhecida por seu verde exuberante e recursos naturais ricos, como belas cachoeiras e trilhas naturais, que atraem muitos turistas.

Atrações Naturais: Cachoeira do Pinga: Quedas d’água de 3 a 10 m no Rio Mamanguape, ideal para ecoturismo.

Cachoeira do Altar: Queda de 50 m com formações rochosas em degraus, associada a misticismo.

Eventos Anuais: Festa da Laranja/Festival Nacional da Tangerina (Setembro): Ocorre no Parque da Laranja, 2º maior parque de eventos da PB (atrás apenas do Parque do Povo em Campina Grande). Movimenta economia e turismo.

Caminhos do Frio (Julho): Rota cultural com feiras de artesanato, gastronomia baseada em tangerina, trilhas e shows.

Outros: Festa do Padroeiro São Sebastião (Janeiro), São João (Junho) e Natal de um novo tempo (Dezembro).

Os eventos culturais de Matinhas, como a Festa do Padroeiro São Sebastião, a Festa da Laranja e o Festival Nacional da Tangerina, também podem ser considerados como patrimônio cultural intangível da cidade. Esses eventos não apenas celebram a história e a cultura local, mas também promovem a identidade e o sentimento de comunidade entre os moradores e os visitantes.

Turismo rural

Localizadas na zona rural do município, as Casas de Farinha destinadas ao preparo da farinha de mandioca, é um convite a memória cultural da região do brejo. A Casa de Farinha localizada no Sítio Chã do Bálsamo, pertence a associação rural local, e é de fundamental importância para economia da comunidade. As demais casas são particulares e também são locadas pelos agricultores para a produção da farinha.

Destaques e Curiosidades

Títulos: “Portal do Brejo Paraibano” devido à localização estratégica e vocação agrícola.

Casa de Farinha: Tradição cultural no Sítio Jurema, onde “Seu Matias” mantém viva a produção artesanal de farinha de mandioca.

Sustentabilidade: Uso do potencial natural (clima ameno, solo fértil) para turismo ecológico e agricultura sem grandes investimentos externos.

Desafios e perspectivas

Baixo IDH: Necessidade de políticas para diversificação econômica além da citricultura.

Turismo em Ascensão: Eventos como os Caminhos do Frio buscam valorizar artesanato e gastronomia locais, gerando pertencimento comunitário.

Fontes da pesquisa:

IBGE. Matinhas (PB) | Cidades e Estados. Dados demográficos, econômicos e territoriais (2021-2024).
Wikipédia. Matinhas. Histórico, geografia, cultura e eventos.
Prefeitura de Matinhas. Comunicado de pagamento de servidores (2024).
Governo da Paraíba. Caminhos do Frio: Rota Cultural chega a Matinhas (2022). Descrição de turismo e economia.
Portal da Privacidade. Lei de Acesso à Informação (contexto legal).
Cidade-Brasil. Município de Matinhas. Informações administrativas e cartoriais.
Matinhas destaca-se pela resistência cultural, potencial agrícola singular e beleza natural, consolidando-se como um expoente do Brejo Paraibano.
https://pt.wikipedia.org/wiki/Matinhas.
https://www.matinhas.pb.gov.br/a-cidade/historia.
https://cidades.ibge.gov.br/brasil/pb/matinhas/historico.
https://brejoparaibano.com.br/cidades/matinhas.
https://paraibacriativa.com.br/artista/matinhas/
https://www.prefeituradecambui.mg.gov.br/patrimonio/ arquivos_patrimonio/
dossies_bens_tombados/dossie_tombamento_matinha_municipaL_2009.pdf
https://www.ipatrimonio.org/matinha-quilombo-cutia-ii/

Diagramação, Inserção das Informações e Pesquisa

DAIVE DENE A. VASCONCELOS

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