
Crato
CEARÀ
Geografia e Demografia
O município possui um área de 115,14 hab/km²Área Territorial: 1.138,150km²Escolaridade(6 a 14 anos): 97,8%Mortalidade Infantil: 15,92 (óbitos por mil nascidos)PIB per capita: 13.976,14R$ IDHM: 0,713.
População no último censo [2022]: 131.050 pessoas.
População estimada [2024]: 138.232 pessoas.
Em 2024, a área do município era de 1.138,15 km², o que o coloca na posição 36 de 184 entre os municípios do estado e 1286 de 5570 entre todos os municípios.
Apresenta 42,2% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 58,3% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 3,5% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 19 de 184, 177 de 184 e 94 de 184, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 2558 de 5570, 3778 de 5570 e 3751 de 5570, respectivamente.
Fonte: IBGE
História e Fundação

Município do Crato
CEARÀ
As terras as margens do Rio Jaguaribe-Mirim (e seus afluentes) e da Chapada do Araripe eram habitadas por diversas etnias indígenas, dentre elas os Kariri, Aquijiró, Guariú, Xocó, Quipapaú e tantas outras, antes da chegada das entradas e/ou missões religiosas dos portugueses, italianos, baianos, paraibanos e sergipanos.
Entradas dos Sertões de Dentro e a Missão Capuchinha
Com a expulsão dos neerlandeses do nordeste brasileiro, os portugueses e outros brasileiros puderam adentrar e explorar melhor a terra do Siará Grande.
Acredita-se que primeira penetração no território do Cariri aconteceu durante século XVII, com a bandeira dos irmãos Lobato Lira. Desta bandeira, participaram dois religiosos: um padre secular e um frade capuchinho, que ganharam a confiança dos índios Kariri e conseguiram aldeá-los. Estes exploradores subiram o leito do Jaguaribe-Mirim e instalaram nos arredores da cachoeira dos Kariri (cachoeira de Missão Velha).
Tempos depois, o frade capuchinho Carlos Maria de Ferrara organizou, às margens do rio Itaitera (água que corre entre pedras), o maior e mais importante aldeamento de silvícolas na região. Este recebeu o nome de “Missão do Miranda”, em homenagem a um dos chefes da tribo batizado com esse nome. Mais tarde, também aparecem as denominações “Miranda” e “Cariris Novos”.
A Missão do Miranda, sob a administração dos capuchinhos, prosperou, devido à fertilidade do solo e abundância de água, que possibilitaram o cultivo da cana-de-açúcar, mandioca e cereais. Manuel Carneiro da Cunha e Manuel Rodrigues Ariosto requereram, através da lei de sesmaria, a posse das terras adjacentes ao Rio Salgado, fato que culminou na elevação da missão a povoação.
Fatos históricos
A cidade de Crato, que festejou seu centenário em outubro de 1953, reúne um acervo histórico dos mais ricos, que remonta à fundação da vila que a antecedeu, ainda no século dezoito, mais precisamente a 21 de junho de 1764, quando o Ouvidor Vitorino Pinto Soares Barbosa assinou a criação da Vila Real do Crato, denominação dada em homenagem ao lugarejo português localizado no Alentejo.
O Crato, na realidade, data mesmo do século dezessete, com as “entradas” de exploradores baianos, entre 1660 e 1680, a serviço da Casa da Torre. Por volta de 1750, quando se extinguia o apostolado de Frei Carlos, chegava à região o primeiro engenho vindo de Pernambuco, e a atividade pastoril, que era a principal preocupação dos moradores do lugar, foi substituída pela cultura e o beneficiamento da cana.
Aí surgia a aristocracia rural do Cariri, tendo como centro o Brejo Grande (Crato), que se estendia pelos territórios que hoje formam os Municípios de Barbalha, Jardim, Missão Velha, Caririaçu, Juazeiro do Norte, Farias Brito, Santana do Cariri e Milagres.
Ao longo dessa sua existência de mais de dois séculos, Crato testemunhou alguns episódios da maior importância para a História do Ceará. A cidade assistiria, em 1817, a adesão dos seus mais ilustres filhos ao movimento revolucionário em Pernambuco. Na oportunidade, o então jovem subdiácono da Paróquia, Padre José Martiniano de Alencar, na hora do sermão, fez a leitura do manifesto de José Luis Mendonça, membro do Governo Provisório. Acompanhado de seu irmão, Tristão Gonçalves, encontrou em Jardim a 5 de maio de 1817, o apoio de seu tio Leonel Pereira de Alencar e partiram, cheios de entusiasmo, para fazer a Revolução em terras do Ceará.
Durou pouco o seu sonho. Sob o comando do Capitão-Mor José Pereira Filgueiras, as forças fiéis ao Governo sufocaram a rebelião. E algemados, inclusive a grande heroína, Dona Bárbara de Alencar, mãe de José Martiniano e de Tristão como os demais revoltosos, foram remetidos para Fortaleza, onde sofreram sérios padecimentos nos cárceres na capital do Ceará, bem como em Pernambuco e na Bahia.
Mais tarde, o mesmo Pereira Filgueiras, que abortara o movimento libertário dos irmãos Martiniano e Tristão Gonçalves de Alencar, chefiaria a rebelião contra a Junta Governativa do Ceará. E Filgueiras, com a sua valentia lendária, estava à frente do povo do Crato, que a 16 de outubro, em Icó, havia criado um Governo Provisório para substituir a Junta.
Em 23 de janeiro de 1823, à frente da sua tropa, Pereira Filgueiras entrava triunfalmente em Fortaleza, instalando o Governo Provisório por ele presidido e consolidando, em terras cearenses, a Independência do Brasil.
Essas figuras marcantes da História do Ceará voltariam à cena em 1824, liderando no Ceará a Confederação do Equador. E agora o Capitão-Mor José Pereira Filgueiras, ao lado dos Alencares, e de outros bravos revolucionários, tiveram um triste epílogo.
Tristão Gonçalves foi morto num combate nas proximidades da atual cidade de Jaguaretama (ex-Frade), seu tio Leonel e um filho foram assassinados em Jardim por partidários do lmperador. Pereira Filgueiras, quando era transportado, preso, para o Rio de Janeiro, apanhou febre palustre, veio a morrer na vila mineira de São Romão. No cume de Barro Vermelho, Crato assistiria, a 28 de novembro de 1834, ao fuzilamento de Pinto Madeira, que em dezembro do ano anterior invadira a cidade.
Acompanhado do Cônego Antonio Manuel de Sousa. Um Julgamento considerado faccioso, condenou Pinto Madeira, outro vulto de grandeza histórica, ao fuzilamento naquele bairro do Crato.
Em 1911, a Lei Estadual 1.028, de 22 de julho, desmembrava do Crato o Distrito de Juazeiro. Em 1914, a Bula Papal de 20 de outubro criava a Diocese do Crato, sendo nomeado seu primeiro Bispo, Dom Quintino Rodrigues de Oliveira e Silva, que tomou posse a 25 de março de 1916.
Símbolos Cívicos
Hino do Município
Flor da terra do sol
Ó berço esplêndido
Dos guerreiros da “Tribo Cariri”
Sou teu filho e ao teu calor
Cresci, amei, sonhei, vivi…
Ao sopé da serra, entre canaviais
Quem já te viu, ó não te esquece mais!
Para te exaltar, ó flor do Brasil
Hei de te cantar, meu Crato gentil
Ó coração do Ceará
Comigo a nação te cantará!
No teu céu lindo brilha
A estrela fúlgida
Que há cem anos norteia o teu porvir
Crato amado, idolatrado
Teu destino hás de seguir
Grande e forte como nosso verde mar
Bendita sejas, ó terra de Alencar.
LETRA DE JOSÉ MARTINS D´ALVAREZ
Economia
Evolução Histórica da Economia Colonização e Agricultura: Durante a colonização, a economia do Crato era voltada principalmente para a agricultura de subsistência, com destaque para a produção de alimentos para consumo local.
Ciclo do Algodão: No século XIX, a cidade se beneficiou do ciclo do algodão, com o crescimento das plantações e a movimentação comercial relacionada a essa produção.
Expansão do Comércio: No início do século XX, o comércio local se fortaleceu com o crescimento da população e o aumento da produção agrícola, principalmente produtos como feijão, milho e mandioca.
Economia Atual Agronegócio: A agricultura ainda é um pilar importante, destacando-se a produção de frutas, como a banana e a manga, além do cultivo de grãos e da pecuária. Turismo: O turismo, especialmente voltado para o ecoturismo e o turismo religioso, tem ganhado importância, com destaque para a Expocrato e o Santuário de Padre Cícero.
Comércio e Serviços: O comércio local é dinâmico, com um crescimento no setor de serviços, incluindo comércio de roupas, alimentos e saúde.
Turismo

Catedral de Nossa Senhora da Penha - Crato - Ce
No município do Crato existem diversas Igrejas, Tais como: Catedral de Nossa Senhora da Penha, Igreja de São Francisco, Igreja de Nossa Senhora de Fátima, Igreja de Assembléia de Deus, Santuário Eucarástico, Igreja de São Vicente Férrer, Igreja Universal.

Cascata - Crato - Ce
No município do Crato existem diversos locais turísticos como: Trilha na Chapada, Praça da Sé, Cascata do Crato, Seminário São José, Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, Pia batismal de Padre Cícero e o Parque de Exposição Pedro Felício Cavalcante.

Praça São Vicente - Crato - Ce
O município do Crato possuem também diversas praças como: Praça da Sé, Praça Alexandre Arraes, Praça Juarez Távora, Praça Siqueira Campos, Praça Francisco Sá (Praça Cristo Rei) ,Praça da Prefeitura (Praça São Vicente), Praça dos Quatro Bancos, Praça Alfredo Alencar, Praça Pitias Peixoto, Praça Frei Damião, Praça da Asa , Praça José de Alencar e a Praça das Mangueiras.
Povos Originários

Associação dos Indígenas Cariri
Os Cariri são um povo indígena que habitava a região do Ceará, especialmente no sertão central e áreas próximas ao Rio Jaguaribe. Eles faziam parte de um grupo maior chamado Cariri, que incluía outras tribos com línguas e costumes semelhantes.
Com a chegada dos colonizadores europeus, os Cariri sofreram com conflitos, doenças e a perda de suas terras. Hoje, há descendentes dos Cariri que mantêm viva parte de sua cultura e tradições, buscando o reconhecimento de seus direitos e da sua identidade indígena.
Figuras Ilustres e Legado

Bárbara Pereira de Alencar
Bárbara Pereira de Alencar nasceu no dia 11 de fevereiro de 1760 em Senhor Bom Jesus dos Aflitos de Exu, sertão de Pernambuco, na Fazenda Caiçara — pertencente ao patriarca da família Alencar, o português Leonel Alencar Rego, seu avô. Adolescente, Bárbara se mudou para a então vila do Crato, no Ceará, casando-se com o comerciante português José Gonçalves do Santos. A heroína republicana era mãe dos também revolucionários José Martiniano Pereira de Alencar e Tristão Gonçalves e avó do escritor José de Alencar, além de quinta avó do escritor Paulo Coelho.

Cícero Romão Batista
Cícero Romão Batista (Crato, 24 de março de 1844 — Juazeiro do Norte, 20 de julho de 1934) foi um sacerdote católico brasileiro. Na devoção popular, é conhecido como Padre Cícero ou Padim Ciço. Obteve grande prestígio e influência sobre a vida social, política e religiosa do Ceará, bem como do Nordeste. Em março de 2001, foi escolhido “O Cearense do Século”, em votação promovida pela TV Verdes Mares, em parceria com a Rede Globo de televisão. Em julho de 2012, foi eleito um dos “100 maiores brasileiros de todos os tempos” em concurso realizado pelo SBT, com a BBC

Irmãos Aniceto
Os Irmãos Aniceto, também conhecidos como Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto, são um grupo musical cearense que mantém viva a tradição da cultura popular do Cariri desde o século XIX. A história da banda remonta a 1815, quando José Lourenço da Silva, conhecido como Aniceto, fundou a banda no Crato. Desde então, a tradição é transmitida de geração em geração, com filhos, netos e bisnetos de Aniceto a manter a arte viva.
A Banda Cabaçal dos Irmãos Aniceto é um tradicional e centenário grupo musical brasileiro, criado em 1815 em Crato, no Ceará. Foi fundado por José Lourenço da Silva, conhecido como Aniceto, descendente dos cariris. Desde então, o legado do conjunto tem sido mantido por filhos, netos e bisnetos de Aniceto.
Suas composições são inspiradas do cotidiano do trabalhador rural sertanejo, utilizando-se de instrumentos de sopro e percussão como pífanos, zabumba, caixa e pratos de metal. O grupo já gravou quatro discos, tocou ao lado de nomes como Luiz Gonzaga, Hermeto Paschoal e Quinteto Violado e já se apresentou em Portugal, na Espanha, na França e na Turquia.
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Pesquisa
PEDRO FEITOSA
Inserção das Informações
NALDO SIMÕES
Diagramação
DAIVE DENE A. VASCONCELOS