Alagoinha
A cidade de Alagoinha, localizada na região do agreste paraibano, tem uma história rica
que remonta ao período colonial. Originalmente habitado pelos índios Potiguaras, a área
servia como ponto de passagem para contrabandistas franceses no século XVI, que
estavam em busca de ouro na Serra da Copaoba. Durante esse período, a região era uma
área pouco explorada e ainda não povoada pelos colonos.
O início da ocupação da área se deu em 1864, quando foi construída uma casa às
margens de uma lagoa, com o objetivo de servir como ponto de hospedagem para os
tropeiros que viajavam em direção à grande feira de Mamanguape. Este foi um passo
importante na formação da comunidade local. Em 1870, Luiz Honorato estabeleceu-se
na região, construindo a primeira residência permanente e um estabelecimento
comercial, o que marcou o início da formação de um núcleo habitacional mais
estruturado.
O desenvolvimento da área continuou e, em 25 de outubro de 1921, o distrito de Paz de
Alagoinha foi formalmente criado através da Lei nº 533. Durante a divisão
administrativa do Brasil em 1936, Alagoinha era um distrito de Guarabira e manteve
esse status durante as divisões subsequentes de 1937 e 1938, bem como no período de
1939 a 1943.
Em 30 de março de 1938, o local foi elevado à categoria de vila por meio do Decreto-
Lei nº 1010. No entanto, em 31 de dezembro de 1943, a vila teve seu nome alterado
para Tauatuba, um termo indígena que significa “abundância de barro vermelho”. Essa
mudança visava refletir a herança cultural da região. A nova denominação, porém, não
perdurou por muito tempo. Em 1948, um projeto de lei do deputado Hiati Leal
conseguiu restaurar o nome original de Alagoinha, em resposta ao apelo popular e ao
desejo dos moradores locais.
Com o retorno do nome Alagoinha, a comunidade começou a se mobilizar para alcançar
a emancipação política. O movimento ganhou força e, com a significativa participação
de lideranças locais como o Sr. Manoel Martins, a emancipação foi oficialmente
conquistada em 3 de dezembro de 1953, através da Lei nº 979. A instalação oficial do
município ocorreu em 30 de dezembro de 1953, com a posse do primeiro prefeito, Dr.
Geraldo Gomes Beltrão, marcando o início de uma nova era para a cidade.
Símbolos Cívicos
A bandeira e o brasão de Alagoinha são elementos de grande importância simbólica que
refletem a identidade e a história da cidade. A bandeira é composta por cores e
elementos que têm significados específicos para a comunidade. No centro, destacam-se
os símbolos da agricultura, que representam a principal fonte de economia da cidade,
nos quais são eles: o algodão e o milho, ambos essenciais para as atividades agrícolas
locais. Além dos símbolos agrícolas, a bandeira também incorpora uma folha, que
carrega um significado especial. A folha representa a emancipação política da cidade,
um marco importante na história de Alagoinha. A inclusão deste símbolo é uma forma
de lembrar e celebrar o evento histórico da emancipação, destacando a importância do
processo que transformou Alagoinha de uma vila para um município independente.
Vale ressaltar que a data da emancipação política é incluída na bandeira para reforçar a
conexão entre o símbolo e o evento histórico, proporcionando uma recordação
permanente da importância dessa conquista para a identidade municipal.
Alagoinha construída por amor
Por seus filhos heroicos
De grandes valores
Foi povoada e vila
No anoitecer
Ela nasceu cidade
No amanhecer.
De Guarabira ela
Independente foi
Em cinquenta e três
Era serra do boi
Patentes coronéis
Surgindo neste torrão
A criação da cidade
É do bel Geraldo Beltrão
Emanada na luz do saber
De paisagens tão lindas
Nos faz enaltecer
Seus céus da cor de anil
Ela é da paraíba
Num cantinho do Brasil
Letra e Melodia: Severino Nunes da Silva
(Maestro Minam)
Fonte: https://alagoinha.pb.gov.br/cidade/simbolos/
Calendário
Feriados Municipais:
* 08 de março – Dia Internacional da Mulher
24 de Junho – São João
03 de dezembro – Emancipação Política
08 de dezembro – Dia da Padroeira Nossa Senhora da Conceição
* O município de Alagoinha adota o dia 08 de março, Dia Internacional da Mulher,
como feriado municipal como forma de enaltecer a importância e a representação
feminina na estruturação da sua sociedade.
A Economia
A economia de Alagoinha é predominantemente agrícola, refletindo a grande
importância do setor para a sustentação econômica e a prosperidade da cidade. O cultivo
de milho e do algodão constitui a base dessa economia, com ambos os produtos
desempenhando papéis essenciais na geração de renda e no abastecimento de mercados
locais e industriais. O algodão e o milho não só atendem às necessidades do comércio
local, mas também são direcionados para grandes centros urbanos, ampliando a
presença econômica de Alagoinha. Isso se dá devida a vasta extensão territorial
disponível para a agricultura, composta principalmente por áreas não urbanizadas,
incluindo vilarejos e sítios. Esses hectares de terras férteis são ideais para a prática
agrícola e permitem a realização de grandes cultivos. Além disso, o clima favorável
contribui significativamente para o cultivo de tais culturas.
O cultivo de algodão é particularmente significativo para Alagoinha. Esta fibra é uma
matéria-prima essencial na confecção de roupas e na produção têxtil. O algodão
cultivado na região é conhecido por sua qualidade superior e possui uma coloração
característica que confere um valor diferenciado aos produtos confeccionados. Esse
reconhecimento internacional contribui para a valorização dos artefatos têxteis
produzidos, destacando a reputação do algodão paraibano no mercado global.
O cultivo do milho é de extrema importância para Alagoinha, desempenhando um papel
central na economia agrícola da cidade. Este cereal, fundamental para a alimentação
local, serve como base para diversos produtos alimentícios e ração animal, sustentando
tanto as famílias quanto a produção pecuária. A adaptação do milho às condições
climáticas da região e a sua alta produtividade contribuem significativamente para a
segurança alimentar e a estabilidade econômica dos agricultores locais. Além disso, o
cultivo do milho promove a diversificação agrícola e oferece uma fonte adicional de
renda.
Dr. Geraldo Beltrão
Personalidades
Nascido em Alagoinha, Paraíba, em 1924, Geraldo Beltrão foi um multifacetado
profissional, tendo completado bacharelado em Direito, Ciências Econômicas e
Filosofia Pura, além de ter se especializado em Física e Economia. Sua jornada
acadêmica foi marcada pelos compromissos com o conhecimento e a excelência.
Mesmo tendo uma atuação em diversas áreas, foi em sua atuação como advogado que
Beltrão deixou um legado duradouro. Reconhecido como um dos primeiros advogados
de Ofício da Paraíba, ele dedicou sua carreira à defesa dos direitos e garantias
individuais, tornando-se uma referência na advocacia criminal, não apenas em seu
Estado natal, mas em todo o Brasil. Foi prefeito de Alagoinha por duas vezes e deixou
sua marca na administração pública, implementando políticas voltadas para o
desenvolvimento local e a promoção da educação. Além de sua notável carreira como
advogado, Dr. Geraldo Beltrão também se destacou na esfera política, demonstrando um
compromisso profundo com o desenvolvimento de sua cidade e região. Em 1953, ele
assumiu um papel crucial como o primeiro prefeito de Alagoinha, sendo um dos
responsáveis pela fundação e organização inicial do município. Sua atuação como
prefeito marcou o início de uma nova era para a cidade, e sua liderança foi fundamental
para estabelecer as bases de sua administração municipal.
No ano de 2024, o Dr. Geraldo Beltrão teria completado 100 anos, caso ainda estivesse
vivo, marcando um século desde o início de sua notável trajetória. Esse marco não é
apenas uma celebração de seu centenário, mas também uma ocasião para refletir sobre o
impacto duradouro de seu trabalho e da influência que exerceu em várias gerações. Seu
legado transcende o tempo, permanecendo vivo no coração de todos os alagoinhenses,
incluindo aqueles que não tiveram a oportunidade de conhecê-lo pessoalmente. Nesse
viés, o centenário de Dr. Geraldo Beltrão é, portanto, um momento de reflexão e
homenagem a uma vida exemplar, cujas contribuições permanecem profundamente
enraizadas na cultura e na história da cidade.
Descrição
Nome da personalidade
Turismo
Povos
A região de Alagoinha tem entrelaçada a sua história povos indígenas que tiveram papel ativo na expulsão de contrabandistas franceses que acessavam o interior do Nordeste em busca de ouro no século XVI tais indígenas eram da etnia Potiguar. Os indígenas potiguaras no século XVI, somavam aproximadamente 90 000 indivíduos. falavam a língua tupi antiga e celebravam os ritos que compunham a mitologia tupi. Vários descendentes da tribo dos potiguares adotaram, ao serem submetidos ao batismo cristão, o sobrenome "Camarão", sendo o mais célebre destes o combatente Filipe Camarão (1580/1600-1648), considerado um dos maiores ameríndios da história lusoamericana, já que foi decisivo, a exemplo do luso-paraibano André Vidal de Negreiros, na grandiosa vitória contra os neerlandeses durante a Insurreição Pernambucana (1645- 1649). Atualmente, pesquisando sobre o tema, não consta dado de aldeias ou quilombos na região. No entanto, é percebido que a etnia indígena está muito presente nas características físicas das pessoas, na cultura e nas práticas do dia-a-dia. Minha avó contava que havia uma época na sua infância que sua família tinha o costume de pescarem nus, e não havia pudor pois era uma herança da sua ancestralidade. No entanto tal prática foi erradicada pelo fato dos pudores morais alcançados na região do município.
Religião
Atualmente, a cidade possui apenas uma igreja católica de grande porte sendo que possui diversas capelas destinadas a terços. Possui algumas igrejas evangélicas da Assembleia de Deus, Congregação Cristã no Brasil e Batista. Não foram localizados nenhum terreiro de religiões de matriz africana, nem outros templos destinados as outras religiões. Por mais que haja essa amplitude de igrejas evangélicas, a grande maioria da sua população é católica. Sua principal igreja é a Matriz de Nossa Senhora da Conceição, que fica localizada no centro da cidade, em frente ao principal ponto turístico da cidade que seria a Praça Geraldo Beltrão.
Lazer
O turismo da cidade é fortemente impulsionado pela sua rica religiosidade e pelas festas organizadas pela Prefeitura. Os principais eventos que atraem visitantes são a missa comemorativa ao dia de Nossa Senhora da Conceição, padroeira da cidade, realizada no dia 6 de dezembro, e as festividades de final de ano e do período junino. A missa de Nossa Senhora da Conceição é um momento de grande devoção, onde fiéis se reúnem em um vibrante cortejo pelo centro da cidade, portando velas e estandartes para homenagear a santa. Este evento, com sua atmosfera de fé e tradição, é um ponto alto do calendário religioso local e tem um papel significativo na atração de visitantes. Além disso, as festividades de final de ano e as celebrações juninas são eventos de grande porte que atraem uma vasta quantidade de pessoas não apenas da cidade, mas também de regiões vizinhas e, muitas vezes, de outros estados. Esses eventos são marcados por uma programação diversificada e de alto nível, com atrações nacionais renomadas como Calcinha Preta, Leo Santana, Luan Santana, entre outros. A presença desses artistas contribui para a magnitude e popularidade dos eventos, tornando-os atraentes para um público ainda mais amplo. Embora a cidade seja pequena e atualmente não conte com um projeto político específico voltado para o turismo, os eventos religiosos e festivos desempenham um papel crucial e indireto na promoção do turismo local. Eles ajudam a atrair visitantes e a gerar uma movimentação econômica, evidenciando que, mesmo na ausência de um planejamento turístico estruturado, a tradição e a celebração desempenham um papel eficaz na promoção da cidade.
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Dados Estatísticos
PIB per capita [2021]: 9.468,20 R$
Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) [2010]:0,595
Total de receitas brutas realizadas [2023]: R$ 66.977.185,80
Transferências correntes (Percentual em relação às receitas correntes brutas realizadas)
[2023]: 87,81 %
Total de despesas brutas empenhadas [2023]: R$ 66.448.379,68
Área da unidade territorial [2022] 111,361 km²
Hierarquia urbana: Centro Local (5)
Região de Influência: Arranjo Populacional de Guarabira/PB
Região intermediária: João Pessoa
Região imediata: Guarabira
Mesorregião: Agreste Paraibano
Microrregião: Guarabira
Fonte: IBGE