
Baía da Traição
PARAÌBA
Geografia e Demografia
Seu litoral se estende da foz do rio Camaratuba à foz do rio Mamanguape, mede aproximadamente 40 km.
Limita-se ao norte com o Município de Mataraca, a leste com Rio Tinto e ao sul com Marcação.
População no último censo [2022]: 9.224 pessoas.
A proporção de indígenas (7.992) na população residente é de 86,64%.
População estimada [2024]: 9.648 pessoas.
De janeiro a março de 2025, foram registradas 15 admissões formais e 27 desligamentos, resultando em um saldo negativo de-12 novos trabalhadores. Este desempenho é inferior ao do ano passado, quando o saldo foi de 13.
Na pequena região de Mamanguape – Rio Tinto este é o 4º melhor desempenho em termos absolutos. Considerando a geração de vagas pelo tamanho da população, a cidade é a 4º que mais cresce na pequena região de Mamanguape – Rio Tinto.
Apresenta 11,6% de domicílios com esgotamento sanitário adequado, 38,9% de domicílios urbanos em vias públicas com arborização e 5,7% de domicílios urbanos em vias públicas com urbanização adequada (presença de bueiro, calçada, pavimentação e meio-fio). Quando comparado com os outros municípios do estado, fica na posição 174 de 223, 218 de 223 e 87 de 223, respectivamente. Já quando comparado a outras cidades do Brasil, sua posição é 4235 de 5570, 4555 de 5570 e 3347 de 5570, respectivamente.
História e Fundação

Forte de Baía da Traição
PARAíBA
Potiguares, os primeiros habitantes.
Na época da conquista portuguesa da Paraíba, os potiguares, pertencentes à grande família tupi-guarani, habitavam as grandes extensões de terra desde Pernambuco até o Maranhão, constituindo-se na maior e mais poderosa de todas as tribos existentes no Nordeste, com uma população avaliada em 100 000 pessoas. Eram portadores de elementos culturais e de características físicas semelhantes aos demais aborígines que habitavam o litoral brasileiro, destacando-se pela sua bravura e belicosidade. Não eram traiçoeiros, enfrentavam o inimigo corpo a corpo e tinham o hábito de esmagar a cabeça daqueles que matavam, só os devorando por vingança, através de rituais, respeitadas algumas formalidades exigidas para o caso. Eram refratários às mudanças, sobrevivendo com seus caracteres culturais por maior espaço de tempo do que os tabajaras, também tupis-guaranis e habitantes da Paraíba a partir de 1585. Daí sua falta de adaptação às imposições portuguesas, tão contrárias aos seus princípios éticos e morais.
Povoamento.
Durante as primeiras décadas do século XVI, o litoral paraibano era muito frequentado pelos franceses, na sua maioria a serviço do grande armador Jean Ango, visando ao tráfico do pau-brasil. A Baía da Traição é um dos núcleos de povoamento europeu mais antigos da Paraíba. Começou a ser ocupada pelos normandos, que ali fundaram uma feitoria visando ao comércio do pau-brasil, abundante na região, além de um fortim, sendo combatidos pela expedição guarda-costas portuguesa liderada pelo navegador Cristóvão Jaques. Os franceses conseguiram a amizade e a confiança dos potiguares, incentivando-os na luta contra os portugueses, vistos pelos silvícolas como um inimigo e invasor de suas terras. Essa aliança franco-indígena dificultou a ação colonizadora dos portugueses, causando grandes conflitos e motivando a ida àquela praia de figuras das mais expressivas na história da Paraíba, entre as quais Martim Leitão, João Tavares e Duarte da Silveira. Estes queimaram várias aldeias, destruíram navios franceses e fortificações existentes nesta cidade, que até hoje abriga uma aldeia indígena em suas terras .
Lutas pela posse da terra.
Em 1585, o português Martim Leitão chegou à baía com duzentos homens e encontrou uma feitoria e um forte, construídos pelos franceses. Houve um intenso combate, onde os portugueses foram os vencedores. Na oportunidade, a fim de marcar sua presença, levantaram uma povoação, a que deram a denominação de Potiguara.
Povoamento português.
Após a pacificação dos potiguares, em 1599, depois de 25 anos de luta, durante os quais milhares de índios perderam a vida, a Capitania Real da Paraíba entrou em pleno desenvolvimento, efetuando-se a consolidação da conquista. Na Baía da Traição, deu-se início ao seu povoamento, formado de colonos portugueses e de nativos que se dedicaram às atividades agrícolas e pesqueiras. Em junho de 1625, uma esquadra holandesa composta de 34 navios e cerca de 600 soldados e tripulantes sob o comando do almirante Edam Boudeyng Hendrikson desembarcou na Baía da Traição. Os silvícolas que habitavam a região receberam os holandeses amigavelmente, oferecendo-lhes os seus serviços. Os portugueses que residiam na localidade fugiram para as matas, de onde seguiram para a sede da capitania. Durante a sua permanência naquela praia, os holandeses fizeram várias incursões pelo interior, chegando até Mataraca e Mamanguape. Cientes do ocorrido, tropas de Pernambuco e da Paraíba, comandadas pelo capitão Francisco Coelho de Carvalho, após sucessivos ataques, forçaram a retirada dos holandeses. Os potiguares pagaram caro pela sua hospitalidade, sendo terrivelmente massacrados, inclusive velhos e crianças. Os que sobreviveram fugiram para a Serra da Copaoba e para o Rio Grande do Norte. Alguns conseguiram embarcar na esquadra rumo à Holanda, entre os quais o Pedro Poti, que lá permaneceu cinco anos. Após a expulsão dos holandeses do Brasil, a povoação entrou em desenvolvimento, tornando-se um dos maiores produtores da Paraíba. Ficaram famosas as redes tapuaramas, tecidos pelas mulheres da localidade, conhecidas no Brasil pela sua beleza e durabilidade.
Emancipação Política.
Foi elevada à categoria de freguesia em 1762, em homenagem a são Miguel. A independência administrativa foi conquistada em 1962, através da lei 2 748, de 2 de Janeiro de 1962. Antes, havia sido distrito de Mamanguape. A instalação oficial do município foi em 18 de novembro de 1962. O curioso é que a Baía da Traição tornou-se município por três vezes. A primeira vez, após o ano de 1762, permanecendo nessa condição até 1840, quando foi extinto e incorporado a Mamanguape pela Lei 14, de 12 de setembro de 1840. A segunda vez ocorreu em 1879, pela Lei 670, de 6 de março, quando, emancipado, não teve condições de subsistir, havendo nova incorporação. O decreto 1 164, de 15 de novembro de 1938, elevou Baía da Traição à categoria de vila. A terceira emancipação, definitiva, se processou através da Lei 2 748, datada de 2 de janeiro de 1962.
Forte da Baía da Traição.
Os franceses, visando à exploração do pau-brasil, fundaram uma feitoria na baía da Traição, que funcionou como ponto de convergência de todo o madeiramento abatido naquela região. Para a sua defesa, ergueram um fortim. Estas edificações foram destruídas por Martim Leitão, na época da conquista portuguesa da capitania da Paraíba. Posteriormente, por determinação real, foi instalado um forte no local ainda denominado Forte, sobre o histórico Alto do Tambá, de onde se podia descortinar e defender a barra e a enseada da baía da Traição. O referido forte foi guarnecido por soldados vindos do Forte de Santa Catarina do Cabedelo e artilhado com peças de ferro, vindas de Portugal, acredita-se que após a sua ocupação pelos neerlandeses, em 1625. Nenhum vestígio dessa fortificação chegou até nós, a não ser alguns dos antigos canhões, dos quais dois exemplares se encontram na sede municipal.
Fatos históricos
A Baía da Traição, é um município rico em belezas naturais e cultura indígena, sendo lar da etnia Potiguara. No entanto, seus moradores enfrentam desafios significativos. O avanço do mar ameaça áreas costeiras, exigindo medidas de contenção e adaptação. A preservação da cultura indígena também é crucial, demandando políticas que fortaleçam tradições e garantam direitos aos povos originários.
Além disso, a manutenção do turismo, principal fonte econômica da região, precisa ser equilibrada com a conservação ambiental e cultural. Outro desafio é a diversificação da economia local para reduzir a dependência do turismo e fortalecer o desenvolvimento sustentável da comunidade.
Símbolos Cívicos
Hino do Município
Vejo terras brasileiras
Lindos mares e céu de anil
Berço esplêndido do indígena
Sol que brilha sobre as dunas, e coqueiros mil.
Salve a terra de homens fortes
Soube agir com decisão
Repeliu o estrangeiro
Nome bravo, Baía da Traição. (bis)
Com as e coragem
Defendia o seu torrão
Da aldeia primitiva
Com orgulho Baía da Traição.
Bravo mar em ondas fortes
Homens e barcos a pescar
Velas que abrem sobre o espaço
Bruma branca no ar sempre a vagar.
Teu farol e o coqueiral
Calmaria o lindo mar
Raça das ocas que surgia
Na esperança de um novo lar.
Fez história seu início
No combate com ação
Foi daí que um certo povo
Definiu Baía da Traição.
Política e Administração
Prefeito(a), Elizabete de Oliveira (Deta) (MDB, 2025–2028).
Foi eleita com 5.208 votos, 72,56% dos votos válidos.
O segundo lugar registrou 27,44% dos votos.
Vice-Prefeito: Toninho De Rosa.
Partido: Republicanos.
Economia
O município possui 438 empregos com carteira assinada, a ocupação predominante destes trabalhadores é a de faxineiro (48), seguido de professor de nível superior do ensino fundamental (primeira a quarta série) (41) e de varredor de rua (36). A remuneração média dos trabalhadores formais do município é de R$ 2,3 mil, valor abaixo da média do estado, de R$ 2,6 mil.
A concentração de renda entre as classes econômicas em Baía da Traição pode ser considerada muito baixa e é relativamente inferior à média estadual. As faixas de menor poder aquisitivo (E e D) participam com 65,4% do total de remunerações da cidade, enquanto que as classes mais altas representam 1,4%. Destaca-se que a composição de renda das classes mais baixas da cidade têm uma concentração 16,3 pontos percentuais maior que a média estadual, já as faixas de alta renda possuem participação 21,2 pontos abaixo da média.
Do total de trabalhadores, as três atividades que mais empregam são: administração pública em geral (329), comércio varejista de minimercados (24) e construção de rodovias e ferrovias (13). Entre os setores característicos da cidade, também se destacam as atividades de apart-hotéis e administração pública em geral.
Baía da Traição é uma pequena cidade que se destaca por apresentar novas oportunidades de negócios e pela alta regularidade das vendas no ano. O baixo potencial de consumo e o desempenho econômico são os pontos de atenção.
Educação
E.M.E.F. Dr. Antonio Estigarribia.
E.M.E.F. Antonio Azevedo.
E.M.E.F. Dr. Carlos Rodrigues.
E.M.E.F. Maria das Dores Borges.
E.M.E.F. Paulo Eufrasio Rodrigues.
E.M.E.F. Centro Social São Miguel.
E.M.E.F. Joao Eugenio Barbosa.
E.E.E.F.M. Matias Freire.
E.E.I.E.F.M. Akajutibiro.
E.E.I.E.F.M. Pedro Poti.
Patrimônio Cultural e Arquitetônico

Catedral de Nossa Senhora da Penha
Baía da Traição - Paraíba
O município possui diversas igrejas, tais como:
Catedral de Nossa Senhora da Penha
Igreja de São Francisco
Igreja de Nossa Senhora de Fátima
Igreja de Assembléia de Deus
Santuário Eucarástico
Igreja de São Vicente Férrer
Igreja de São Miguel Arcanjo (ruínas).
Igreja Universal
Turismo

Praia do Tamba
Baía da Traição - Paraíba
O município possui um roteiro turístico diversificado, como a visitação com os Potiguaras, bem como, suas diversas prais, a exemplo de:
Farol da Baía da Traição.
Fortim da Baía da Traição.
Praia da Baía da Traição
A prainha
Praia de Camaratuba
Praia Tambá
Praia do Forte
Praia do Curumim
Fontes da pesquisa:
Pesquisa
JOSIMAR PEREIRA DINIZ
Inserção das Informações
NALDO SIMÕES
Diagramação e Pesquida Adicional
DAIVE DENE A. VASCONCELOS