
Esparta
GRÉCIA
História e Fundação
Esparta é uma cidade localizada na região do Peloponeso, sendo atualmente a capital da unidade regional da Lacônia, na Grécia. A cidade moderna foi fundada em 1834, logo após a independência da Grécia do Império Otomano, por decisão do Rei Otto. O objetivo era reconstruir uma cidade próxima às ruínas da lendária Esparta da Antiguidade, preservando seu nome e importância simbólica. A fundação oficial da nova cidade ocorreu em 1º de janeiro de 1857, quando as autoridades foram transferidas da cidade vizinha de Mistras, que até então era o centro administrativo da região.
Esparta foi também a primeira cidade da Grécia moderna a ser projetada com um plano urbano estruturado, com praças simétricas, ruas arborizadas, edifícios de estilo neoclássico e sistema eficiente de abastecimento de água.
Na Antiguidade Clássica, Esparta foi uma das principais potências da Grécia, ao lado de Atenas. Sua ascensão começou ainda no período Arcaico, após os chamados “anos sombrios” do período Geométrico. Esparta se destacou por sua organização social rígida, militarista e centrada na disciplina e formação de soldados desde a infância. Seu auge ocorreu no século V a.C., após vencer a Guerra do Peloponeso contra Atenas e seus aliados, consolidando sua hegemonia sobre grande parte do mundo grego. No entanto, esse domínio foi relativamente curto. A cidade perdeu seu poder após ser derrotada por Tebas na Batalha de Leuctra (371 a.C.), e mais tarde caiu em importância com a ascensão do Reino da Macedônia sob Filipe II e Alexandre, o Grande. Durante o período helenístico e romano, Esparta foi perdendo protagonismo político e militar, embora tenha mantido certa autonomia. Alguns breves momentos de recuperação no século III a.C. não foram suficientes para reverter o declínio geral.
Na Idade Média, Esparta entrou em colapso definitivo como cidade influente. Nesse período, a vizinha Mistras tornou-se o novo centro político, militar e religioso da região, especialmente durante o domínio bizantino. Com a queda de Constantinopla e o domínio otomano, Mistras continuou como centro regional até a independência da Grécia no século XIX. Foi apenas com a fundação da cidade moderna de Esparta, no século XIX, que a região voltou a ter importância administrativa. Desde então, a cidade cresceu como centro urbano, mantendo viva a memória histórica da antiga Esparta, através de seus monumentos, museus e festivais.
Economia
A economia de Esparta, desde sua reconstrução no século XIX até os dias atuais, baseia-se principalmente na agricultura, com destaque para a produção de azeite de oliva extravirgem, reconhecido nacional e internacionalmente pela sua qualidade. A cidade ainda mantém atividades agroindustriais e pequenas fábricas voltadas à transformação de produtos agrícolas. Nos últimos anos, o turismo histórico e cultural tem ganhado espaço como complemento econômico, graças ao interesse pelas ruínas da Esparta antiga, pelo sítio bizantino de Mistras e pelas paisagens naturais da região, como as montanhas do Taigeto. O setor de serviços, comércio e administração pública também têm papel relevante na economia local moderna.
Cultura
Spartathlon.
O Spartathlon é uma ultramaratona internacional realizada anualmente desde 1983, ligando as cidades de Atenas a Esparta. Com aproximadamente 246 km de percurso, a prova recria a rota histórica do mensageiro Pheidippides, que teria corrido de Atenas até Esparta em 490 a.C. para pedir ajuda antes da Batalha de Maratona. É considerada uma das corridas de resistência mais difíceis do mundo, tanto pela distância quanto pelas condições climáticas e geográficas. O evento termina diante da estátua de Leônidas, em Sparti, onde os corredores tocam os pés da estátua como sinal de honra e conclusão. O Spartathlon é um dos maiores atrativos turísticos e culturais da cidade moderna e reforça o legado da disciplina e resistência associadas à Esparta antiga.
Spartakiad.
A corrida de ciclismo Spartakiada começou em 1988. Desde então, tem sido realizada todos os anos, no final de setembro, com a participação de cada vez mais atletas de toda a Grécia. A corrida começa no Estádio Panatenaico, em Atenas, e após um percurso de 256 km (Atenas/Corinto/ Argos/Achladokampos, na Argólida – Trípoli, na Arcádia/Esparta), os atletas chegam à praça central de Esparta.
O Dialeto Antigo.
Como curiosidade histórica, vale destacar que ainda hoje é falada, em algumas vilas da região de Tsakônia — localizada no leste do Peloponeso, próximo à antiga Esparta — uma língua chamada tsakoniano, considerada uma descendente direta do grego dórico, o mesmo dialeto utilizado pelos espartanos. Por ser extremamente distinta do grego moderno, o tsakoniano é praticamente incompreensível para os demais gregos, e atualmente conta com pouquíssimos falantes, a maioria idosos. Essa língua rara é vista como um elo vivo com a cultura da antiga Esparta, sendo um dos últimos resquícios linguísticos da civilização espartana. Mesmo ameaçada de desaparecer, a sua existência é um testemunho da força e da persistência da identidade cultural espartana na região do Peloponeso.
Turismo

Ruinas da Esparta Antiga
GRÉCIA
As ruínas da antiga cidade de Esparta são um dos principais atrativos turísticos da região. Entre os destaques estão o antigo teatro espartano construído no período helenístico, e o santuário de Artemis Orthia, um dos templos religiosos mais importantes da cidade, onde jovens espartanos passavam por rituais de iniciação. Outros vestígios relevantes incluem a acrópole da antiga Esparta e templos dedicados a Atena Chalkioikos (Atena “de bronze”), que ficava sobre uma colina e era um dos centros religiosos mais simbólicos da cidade. O Museu Arqueológico de Esparta, que abriga esculturas, mosaicos, cerâmicas e achados das escavações da antiga cidade e da região da Lacônia.

Moenda Antiga
Museu da Azeitona e do Azeite – GRÉCIA
O museu apresenta a história da produção de azeitonas e azeite na Grécia, desde a Antiguidade até o início do período industrial. Além disso, analisa a importância do azeite na nutrição, na arte e na religião, destacando o papel central da oliveira na cultura grega ao longo dos séculos. A exposição inclui prensas antigas, ferramentas agrícolas e materiais interativos.
Situada a cerca de 6 km de Esparta, Mistras é uma cidade medieval bizantina construída nas encostas do Monte Taigeto. Durante a Idade Média, Mistras substituiu a antiga Esparta como centro político, militar e religioso da região, tornando-se a capital da Lacônia sob o domínio bizantino. Foi um importante centro cultural e intelectual, especialmente nos séculos XIV e XV. Hoje, é considerada Patrimônio Mundial da UNESCO, e atrai visitantes pelas suas igrejas ornamentadas, muralhas, palácios e mosteiros preservados.
Fontes da pesquisa:
Pesquisa
SOTIRIA PERVELI
Inserção das Informações
SOTIRIA PERVELI
Diagramação e Pesquida Adicional
DAIVE DENE A. VASCONCELOS