Mamanguape

Paraíba

Geografia e Demografia

O relevo local está inserido na depressão sublitorânea, dentro da unidade geoambiental dos tabuleiros costeiros, cuja vegetação típica é a do bioma Mata Atlântica. Os solos do município são relativamente profundos, porém de baixa fertilidade natural,[6] predominando a areia quartzosa distrófica, chamada de neossolo no novo Sistema Brasileiro de Classificação de Solos (SBCS). Existem também áreas menores de solos podzólicos (luvissolos), além de solos aluviais nas áreas de várzeas. Na hidrografia, cortam o município os rios Camaratuba e Curimataú, além do próprio rio Mamanguape e vários tributários. O clima de Mamanguape é o tropical úmido, típico do leste do Nordeste, com chuvas concentradas nos meses de outono e inverno.

História e Fundação

Vista Aérea

A antiga área de ocupação da cidade compreendia territórios hoje pertencentes a dez municípios: Rio Tinto, Baía da Traição, Marcação, Itapororoca, Jacaraú, Pedro Régis, Curral de Cima, Capim, Cuité de Mamanguape e Mataraca, contando com praias como Barra de Mamanguape e Praia de Campina, hoje pertencentes a Rio Tinto. A foz do rio Mamanguape e suas adjacências já eram frequentadas por navegantes franceses, antes dos portugueses iniciarem a colonização da Paraíba, em 1575. No fim do século XVI e começo do século XVII, Mamanguape principiou a ser colonizado, destacando-se o pernambucano Duarte Gomes da Silveira, como o mais esforçado dos seus povoadores. Iniciaram os portugueses o aldeamento dos Potiguares e o levantamento de engenhos na região, quando se positivou a invasão dos holandeses, dando-se o abandono da aldeia que seria sede da região.

Com a restauração, os jesuítas reconstruíram a antiga aldeia de índios que foi acrescida de colonos portugueses, o que suscitou sérios atritos entre selvagens e civilizados até que as autoridades locais julgaram prudentes separá-los. Os índios foram transferidos para uma aldeia, situada um oiteiro, que recebeu o nome de Monte-mór.

Na antiga aldeia, origem da cidade de Mamanguape, ficarem residindo as autoridades e os portugueses, esta prosperou, a outra, porém, abandonada, alheia ao estímulo do trabalho produtivo, em poucos anos recebia a alcunha de Vila da Preguiça, para salientar a indolência dos seus moradores.

Mamanguape continuou a progredir, e, no século XIX, já influenciava seus habitantes na política da Capitania. Mas o certo é que a sede da Vila continuou muito tempo em Monte-mór, só perdendo esta categoria, favor da povoação de Mamanguape, em 1839.

Fatos históricos

O fato é que a segunda metade do século 18 foi a fase definitiva para o apogeu entre 1850 e 1905: De acordo com o livro Espaço e teatro: do edifício teatral à cidade como palco, a economia do município “cresceu assustadoramente entre os séculos XVIII e XIX em função da exportação e importação através do seu Porto de Salema”. No século XVIII já contava com casarões, sobrados e casarios revestidos por azulejos portugueses que desembarcavam diariamente no antigo porto. Com a atribuição de Vila, o município passou a fazer rivalidade direta com a Capital, visto que Mamanguape devido à sua localização estratégica com território vasto e rico para o plantio não só da cana de açúcar, passou à ter contato comercial direto com a praça do Recife (no vizinho Estado). O Eixo comercial e cultural entre Mamanguape e Recife que desde a colonização do Estado da Paraíba existira, estava mais forte do que nunca e para acrescentar, a Vila de Areia importante comprador e distribuidor no Agreste e Brejo do Estado fez laços para com as outras duas cidades. A Capital do Estado ficou excluída do Eixo comercial e cultural Recife-Mamanguape-Areia. Tal eixo, foi responsável por um fato curioso: Na década de 1850 Mamanguape tornou-se a primeira cidade do Estado a possuir um Teatro, o “Santa Cecília”, e Areia a segunda (ambas com peças teatrais regionais e da Europa).

Entre 1850 e 1905, Mamanguape possuía uma aristocracia rural muito promissora, ruas calçadas e iluminadas a lampião de azeite, comércio pujante de tecidos finos e mercadorias importadas, sobrados ornados com azulejos, famílias portuguesas e italianas e uma sociedade que se inspirava nos hábitos franceses.

Hino do Município

                                                                 Mamanguape,é minha terra
                                                                     Onde a luz primeiro vi
                                                                     Onde lições de virtude
                                                                      De meus pais eu recebi

Saudades eu tenho da terra natal
De meu mamanguape meu doce fanal (Bis)

Lá cresci… e aprendi…
Saber rir, saber chorar
Amo muito a minha terra
Tenho gosto em confessar (Bis)

Ausente da minha terra
Passageiro é a alegria
Um ano parece um século
Parece ano um dia (Bis)

Mamanguape tens beleza
Tantas que não sei contar
Diz-me oculto o coração
Que só lá devo morar (Bis)

Política e Administração

A política e administração de Mamanguape, PB, envolve a atuação do Poder Executivo, liderado pelo prefeito Hélio Severino de Souza, e do Poder Legislativo, representado pela Câmara Municipal com 13 vereadores. A estrutura administrativa do município conta com diversas secretarias municipais, responsáveis por áreas como administração, finanças, educação, saúde, entre outras. 

Outras informações:
  • Mamanguape é sede da Região Metropolitana do Vale do Mamanguape e é considerada uma cidade histórica. 
     
  • A economia do município é diversificada, com destaque para os serviços, administração pública, indústria e agropecuária. 
     
  • A cidade possui uma Secretaria de Meio Ambiente que promove a proteção e uso sustentável dos recursos naturais. 

Economia

A partir de 1924 a condição econômica passa a ser retomada com a Fábrica de Tecidos Rio Tinto, no distrito de Rio Tinto, e em 1940 a instalação da Usina Monte Alegre, no Vale do Mamanguape. Em 1953, a instalação da Agência Caixa Econômica e o abastecimento d’água. Em 1958, a Maternidade Nossa Senhora do Rosário e a iluminação da cidade, com o uso de energia elétrica. Em 1970, a BR-101, ligando João Pessoa – Mamanguape – Natal. A instalação de agências bancárias e Destilarias como Miriri.

Atribuem-lhe o título de “Rainha do Vale”, porque encontra-se no vale fértil do Rio Mamanguape, o que a torna uma grande produtora de commodities agrícolas. Graças ao acidente geográfico natural, o Rio Mamanguape, é um importante centro pesqueiro no interior do estado, exportando toda a sua produção excedente aos municípios vizinhos.

O setor de comércio e serviços é diversificado, sendo o responsável pelo abastecimento de toda a região. A conexão de Mamanguape com a rodovia BR-101 permitiu que o município se tornasse um grande centro logístico no interior do estado.

Participação em Movimentos Históricos

Em 1859, mais precisamente em 27 de dezembro de 1859, D. Pedro II, imperador do Brasil, e sua comitiva de duzentas pessoas chegam à Mamanguape. A cidade os recebeu festivamente, sendo agraciado com as chaves da cidade e em seguida foi hospedado na casa do Dr. Antônio Francisco de Almeida Albuquerque (onde hoje funciona o Paço Municipal).

Vossa alteza visitou ainda alguns lugares durante sua visita ao florescente município, conforme nos explicitam Andrade e Vasconcelos.

O Imperador se dirigiu à Igreja Matriz. Observou as imagens de madeira, lustres de baracá, a grande lâmpada de prata do sacrário e as tribunas pertencentes aos senhores de engenhos e comerciantes abastados. Em seguida, visitou a Igreja do Rosário, construída por negros escravos, e a cadeia pública. Procurou saber do tratamento que os presos recebiam, a qualidade dos alimentos, a higiene, o trabalho e o lazer. Esteve na Casa da Câmara, e dirigiu-se à escola primária de maior frequência. Ficou orgulhoso da turma, 55 matriculados, 42 presentes e 15 em aulas de Latim, admirou-se com as aulas de latim em uma escola primaria (registrou em seu diário).

Quando regressou à Corte, o Imperador agraciou o Dr. Flávio Clementino da Silva Freire com o título de Barão de Mamanguape.

Mamanguape por ser rica em engenhos de cana de açúcar, utilizava-se bastante da mão de obra escrava. Consequentemente com a proibição da escravidão por princesa Isabel em 1888, o município passou a ter uma decadência no setor que mais o enriquecia. Outro fator preponderante para a decadência da promissora cidade foi o fato do assoreamento no rio Mamanguape durante seu percurso na cidade e em especial na foz do Rio Mamanguape que àquela época pertencia ao território mamanguapense: Foram muitas requisições de políticos e da população da região para o desassoreamento do importante rio, sendo citado que caso nada fosse feito, os arrecifes cada vez mais presentes na Barra de Mamanguape iriam impedir a entrada de embarcações. Antes disso acontecer o que não demorou muito a areia das margens do rio (que estavam cada vez mais desnudas devido ao plantio da Cana de Açúcar), levou o Porto de Salema a não ter condições de funcionamento. Por fim, a disputa de preço com o açúcar caribenho e o mais grave, a criação da Linha Férrea que mesmo com a importância inquestionável de Mamanguape e Areia as excluiu que beneficiou Campina Grande e Guarabira foram os fatos finais para um processo longo de recessão e instabilidade no município que até então era a 2ª cidade mais rica da Paraíba.

Educação

O município dispõe de diversas escolas da rede municipal de ensino, assim como da rede Estadual. No município também há diversas escolas de ensino particular. Também há destaque para a existência da Escola Técnica Estadual, presente no bairro do Areal. No ensino superior, há a presença do Campus IV da Universidade Federal da Paraíba(UFPB) com o CCAE (Centro de Ciências Aplicadas e Educação) que dividiu-se em na cidade e em Rio Tinto.

Na parte do CCAE de Mamanguape, no até então bairro rural do “Engenho Novo”, estão presentes 4 cursos: Graduação em Ciências contábeis, graduação em Secretariado executivo bilíngue, Licenciatura em Letras, Licenciatura em Pedagogia. Existe também a pós-graduação em Letras e os cursos à distância de licenciatura em Letras (Inglês) e Letras(Espanhol).

Patrimônio Cultural e Arquitetônico

Casa do Imperador

Turismo

O município tem grande acervo histórico, como:

Presídio da província da Parahyba, com início da construção datado de 1853;
Igreja Matriz de São Pedro e São Paulo, construída pelos Jesuítas por volta de 1630 com arquitetura do barroco tropical;
Igreja Nossa Senhora do Rosário, edificada por escravos negros por volta de 1700, também com estrutura barroca;
Centro Cultural Fênix (Antigo Mercado Público) com construção do século XIX;
Rua do Imperador e seus casarios, incluindo os casarões em que se hospedaram em visita ao município Dom Pedro II e sua comitiva, além de sobrado;
Monumento aos 100 anos de fundação de Mamanguape, inaugurado no ano de 1955 na praça 25 de outubro, área central;
Engenho na comunidade de Camaratuba datado do século XVI (um dos primeiros do Estado);
Ponte férrea sobre o Rio Mamanguape;
Igreja de São Bento, construída no século XIX no Engenho Itapecirica;
Casa Grande e ruínas do Engenho Itapecirica;
Reserva Biológica Guaribas (REBIO Guaribas), com área de preservação ambiental extensa e de suma importância para o macaco Guariba. Tal Área de Preservação está situada as margens da rodovia 071, próximo ao entroncamento com a BR 101 Norte (sentido Natal-João Pessoa);
Estação Ecológica Pau Brasil, de responsabilidade do governo do Estado no distrito de Pitanga da Estrada uma importante área de preservação da espécie Caesalpinia echinata que tem risco de extinção no país.

Figuras Ilustres e Legado

Fontes da pesquisa:

Pesquisa

Rosinaldo Souza

Inserção das Informações

Naldo Simões

Diagramação e Pesquida Adicional

DAIVE DENE ANDRADE VASCONCELOS

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